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31.MAR.17 - 14:40

Sensores da UA a caminho do espaço

Desenvolvidos pelo investigador português Ricardo Correia, os sensores eletrónicos que funcionam através da energia de ondas de rádio já despertaram a curiosidade da Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial.

Ricardo Correia, investigador do Instituto de Telecomunicações da Universidade de Aveiro, desenvolveu uns sensores eletrónicos que prometem revolucionar a Internet das Coisas. Esta tecnologia, que é mais pequena que a palma da mão, tem uma taxa de transmissão de dados de um gigabit por segundo. 

A Internet das Coisas é definida como a revolução tecnológica dos objetos usados no dia-a-dia, conectados a um dispositivo com ligação à internet. Os sensores desenvolvidos na UA podem ser utilizados em eletrodomésticos, meios de transporte, roupa, entre muitos outros fins mundanos, com a vantagem de não serem necessárias baterias ou pilhas. 

O segredo destes sensores, sem bateria, está no aproveitamento das ondas de rádio, uma fonte de energia inesgotável e presente até nos confins do Universo. Por esta razão a Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (JAXA) já solicitou esta tecnologia para incorporar nas suas naves e assim ver-se livres das centenas de quilos de cabos de transmissão de dados que existem dentro das naves espaciais.

Estima-se que a quantidade de sensores, movidos a pilhas e baterias, seja de 30 mil milhões em 2020. Este número significa um gasto energético imenso, ao qual se acresce a poluição ambiental e a limitação de se embutir os sensores nos objetos para que a troca de baterias possa ser realizada frequentemente.

O projeto de Ricardo Correia começou há 3 anos, orientado pelo investigador do IT Nuno Borges Carvalho. «Desenvolvemos um sensor que usa uma frequência de rádio para a transferência de dados e outra frequência para a receção de energia que é emitida por transmissores», explica o autor da investigação.

A tecnologia desenvolvida, segundo Ricardo Correia, “apresenta bastantes vantagens quando comparada com um sensor que utilize a tecnologia de Bluetooth que tem consumos na ordem de 10 miliwatts com taxas de transmissão de 1 megabit por segundo o que o torna inferior quando comparado com o sensor desenvolvido neste trabalho”.

A meta final, a alcançar num futuro próximo, é desenvolver um sensor com uma taxa de transmissão na ordem do gigabit totalmente passivo, ou seja, que através de transferência de energia sem fios não precisa de bateria. 

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