Depois de António Damásio ter recebido a Medalha Ariens Kappers em 1999, outro neurocientista português recebeu esta distinção da Academia holandesa. Rui Costa foi distinguido pela descoberta de mecanismos nos gânglios cerebrais.
A Academia Real de Artes e Ciência da Holanda atribuiu a Medalha Ariëns Kappers a Rui Costa, antigo estudante da Universidade do Porto. O investigador-principal do Centro Champalimaud e professor de Neurociências da Universidade de Columbia, em Nova Iorque (EUA), foi distinguido pelo contributo que tem oferecido ao estudo do movimento e da aprendizagem de novas e complexas ações.
A sua investigação permitiu a descoberta de mecanismos nos gânglios da base (na região do cérebro) que são responsáveis pelo controlo da iniciação e das sequências de movimentos voluntários. Este é o ponto de partida para a criação de novas estratégias terapêuticas contra doenças como a de Parkinson, o autismo e as perturbações obsessivo-compulsivas.
Rui Costa, que recebeu o prémio em Amesterdão, estudou no Programa Graduado em Áreas de Biologia Básica e Aplicada da Universidade do Porto. Fez o doutoramento nos Estados Unidos, na área da memória, e começou a estudar a aprendizagem das ações onde tem feito algumas descobertas, que o tornam hoje num dos principais neurocientistas do mundo.
Atribuída de dois em dois anos, desde 1987, a Medalha Ariëns Kappers recebeu o seu nome daquele que foi o primeiro diretor do Instituto Central para o Estudo do Cérebro da Holanda. Em 1999, esta distinção foi atribuída ao também neurocientista português António Damásio.
Fotos: Lusa