A Casa do Design de Matosinhos, em colaboração com a ESAD, apresenta a primeira grande exposição dedicada à Orfeu, a mítica editora discográfica portuguesa, fundada em 1956 por Arnaldo Trindade.
Em exposição, a partir de 4 de maio, vão estar mais de 500
discos editados pela Orfeu, marca do Porto. Lá dentro, nomes grandes
da literatura, como Miguel Torga, José Régio, Eugénio de Andrade
ou Sophia de Mello Breyner, e da música portuguesa, como Adriano
Correia de Oliveira, José Afonso, Sérgio Godinho ou José Cid. O
destaque vai para as imagens dos sons, com as capas dos discos e um
conjunto de materiais documentais inéditos.
A exposição chama-se “DISCOS ORFEU (1956-1983) —
IMAGENS/PALAVRAS/SONS” e tem a curadoria de José Bártolo, diretor
científico do esad—ideia, instituto da Escola Superior de Artes e
Design de Matosinhos.
A Orfeu, que chegou a gravar um disco por semana, iniciou a sua
atividade com a edição fonográfica em vinil, contemplando grandes
vultos da literatura portuguesa, como Miguel Torga, José Régio,
Eugénio de Andrade ou Sophia de Mello Breyner. As capas eram da
autoria do pintor Moreira Azevedo, destacando-se pela sua
modernidade. “A ORFEU cedo começou a afirmar uma identidade
diferenciada ao nível do seu catálogo musical, inovador e
diversificado justificando a divisa que durante muito tempo ostentou
Disco é Cultura” argumentam os responsáveis pela exposição.
A exposição, co-organizada pela Câmara Municipal de Matosinhos,
divide-se em cinco núcleos principais: No Início era o Verbo
(1956-1959); Trovas do Vento que Passa (1960-1967);Vozes da Revolução
(1968-1975); Entre Vénus e Marte (1976-1979); O Fim da Aventura
(1980-1983).
A investigação foi coordenada por José Bártolo, em articulação
com Arnaldo Trindade e Noly Trindade e a colaboração técnica de
João Carlos Callixto, Carlos Paes, João Pedro Rocha e Heitor
Vasconcelos, e “possibilitou reunir e apresentar as principais
capas de discos da ORFEU e inúmero material documental (gráfico,
fonográfico e vídeo), algum dele inédito”.