O texto de “Pela Água” junta amor e desencontros. As duas personagens em palco juntam-se para discutir num “diálogo intenso”, que é “enigmático mas nítido”.
O autor, Tiago Correia, que venceu com esta obra o Grande Prémio de Teatro Português SPA / Teatro Aberto, em 2016, acrescenta que “o mistério e o enigma presentes na peça não se devem a uma aleatoriedade, mas sim a um processo controlado, que comunica a cada instante de uma forma clara”.
Em “Pela Água”, assistimos à conversa entre dois homens de uma mesma mulher. A diferença de idades, de experiências, os fatores comuns e a imensidão que os separa tornam essa conversa interessante aos ouvidos do público. O poder das palavras é aprofundado “num diálogo dominado pela ausência dessa mulher – e pelo amor”.
Em “Pela Água”, assistimos à conversa entre dois homens de uma mesma mulher. A diferença de idades, de experiências, os fatores comuns e a imensidão que os separa tornam essa conversa interessante aos ouvidos do público. O poder das palavras é aprofundado “num diálogo dominado pela ausência dessa mulher – e pelo amor”.
Esta é uma peça de teatro baseada na intimidade, em “revelações e confidências”, a suscitar “questões existenciais e sociais, geracionais e relacionais, como a da falta de perspetivas de futuro, a questão da superação dos ídolos, o confronto com a mudança de paradigmas de geração para geração e a crítica à estrutura familiar tradicional”. Para além disso, o texto de Tiago Correia “suscita ainda questões feministas - através do empoderamento da figura feminina - assente numa figura central ausente”.
Aquando da atribuição do Grande Prémio de Teatro Português SPA / Teatro Aberto ao texto, o júri destacou “a qualidade da obra premiada, não só a nível do conteúdo dramático, mas também ao nível formal da escrita, em que o uso expressivo da pontuação constrói uma mancha textual peculiar e as falas das personagens se destacam por uma singular fluidez poética, com tanto de misterioso como de transparente”.
O autor assume-se pela primeira vez como dramaturgo-encenador em teatro, “um momento de viragem”, símbolo da sua intenção em focar-se “mais neste tipo de trabalho completo de autor”. A banda sonora original está a cargo de Les Saint Armand, projeto de que Tiago Correia faz parte, juntamente com André Júlio Teixeira (encarregue da direção musical), Aníbal Beirão e António Parra.
“Pela Água” é uma produção d’ A Turma, com Eduardo Breda e João Melo. Vai estar em palco entre 14 e 16 de dezembro, no Armazém 22, no Porto. Seguem-se outras datas e outros palcos em 2019.
Fotografia de Pedro Sardinha.
