Brasilino tem um nome invulgar. Mas o motivo da notícia é o seu percurso pouco comum. Aos 85 anos, está prestes a ser um dos novos doutores da Universidade de Aveiro.
Brasilino Godinho tinha
77 anos quando ingressou na Licenciatura em Línguas, Literaturas e Culturas da
Universidade de Aveiro. Concluiu o curso em 4 anos, com a média de 15 valores. Sem
esperas, prometeu logo que não iria ficar por aí.
Amanhã, dia 5 de julho, e com a respeitável idade de 85
anos, o homem que aos 15 anos tinha já lido Platão, Kant ou Russel, vai
defender a tese de Doutoramento em Estudos Culturais sobre Antero Quental e tornar-se
um dos estudantes mais velhos a concluir o doutoramento no mundo. Mais uma vez
a promessa de não ficar por aqui: “Quero fazer um pós-doutoramento”.
A altura tardia da ingressão no Ensino Superior não lhe
deixa mágoas. Na altura, o avô não quis pagar-lhe as propinas, o que levou a um
adiamento consecutivo do sonho. Mas Brasilino admite: “Ainda bem que assim aconteceu, caso
contrário não seria o homem que sou hoje”.
Longe vão os tempos de Tomar, de
onde é natural, e onde tirou o curso industrial de serralharia mecânica. Depois,
a profissão de topógrafo levou-o a percorrer o país até que, em 2008, entendeu
ter finalmente condições para estudar. Algo que tão depressa não vai deixar de
fazer, levado pelo seu “sistemático ardor juvenil”.