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30.JAN.17 - 16:01

Cabeçadas com segurança

Uma equipa de investigadores da UA desenvolveu um sistema que permite simular o impacto de um objeto quando colide com a cabeça humana. O YEAHM pode ser usado na medicina forense e no desporto.

Os testes de colisão na cabeça humana feitos com bonecos são coisa do passado. Com um novo sistema, desenvolvido por investigadores da Universidade de Aveiro, é possível simular o impacto de um objeto quando colide com a cabeça humana e avaliar lesões, tudo isto com recurso a simulação numérica em computador.

O Yet Another Head Model (YEAHM) é um projeto do Centro de Tecnologia Mecânica e Automação (TEMA) do Departamento de Engenharia Mecânica (DEM) da UA. O sistema foi desenvolvido a partir de imagens médicas obtidas por TAC e ressonância magnética, das quais resultou um modelo numérico com uma geometria em tudo fiel ao crânio e ao cérebro humano. 

O projeto pode ser aplicado na medicina forense para reconstrução de acidentes ou crimes ou para testar a eficácia de capacetes com revestimento de cortiça. Desta forma o YEAHM já está debaixo de olho da Faculdade de Medicina do Porto e da Universidade de Stanford (EUA) - que pretende usar o modelo para avaliar concussões em jogadores de futebol americano. 

«Este modelo pode e deve ser utilizado em situações em que interessa avaliar a existência de risco de lesões na cabeça», revela Fábio Fernandes, investigador do TEMA. O cientista aponta as diversas aplicações do modelo «na otimização de equipamento de segurança, desde capacetes ao interior dos automóveis e airbags» e na «reconstrução de acidentes e crimes onde se pode tornar uma importante ferramenta forense».

O professor Ricardo Sousa acredita que este modelo «destaca-se por ter um cérebro com uma geometria muito precisa, estando presentes os sulcos e os giros». O docente garante que «as propriedades utilizadas nas diferentes leis de material para modelar os diferentes constituintes da cabeça humana são baseadas em estudos experimentais efetuados por outros autores e publicados em revistas internacionais».

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