LHLN_Thumb
21.DEZ.16 - 11:20

A outra face da morte

«Morrer a rir» ou «tristeza de morte» são expressões que ganharão outro significado quando visitares a exposição «Facies Mortis». A iniciativa apresenta retratos post-mortem de indivíduos anónimos do século XX e está no Porto até ao fim de janeiro.

Uma viagem pelo fatídico destino de indivíduos cuja história de vida teve um desfecho trágico. É esta a premissa da exposição «Facies Mortis» que podes visitar, até ao dia 27 de janeiro de 2017, no Edifício Histórico da Reitoria da Universidade do Porto. 

A iniciativa partiu do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF) que, pela primeira vez, apresenta máscaras, algumas com mais de cem anos, que são moldes de gesso obtidas de cadáveres de indivíduos. As faces pertencem a pessoas que, entre 1913 e 1943, se suicidaram por enforcamento, ou então, que foram vítimas de homicídio por estrangulamento. 

Esta exposição permite observar a relação entre a história do falecido, as circunstâncias da sua morte e a expressão facial post-mortem. Apesar de atualmente ser consensual que não se pode estabelecer uma ligação causal entre estes fatores, nos finais do século XIX, esta relação era preponderante para deduzir a causa de morte. Nesse sentido criou-se um «expressómetro» que definiu cinco expressões faciais: sorriso; inexpressividade; tristeza; dor e terror.

Além das máscaras, o vice-presidente do INMLCF, João Pinheiro, vinca que a exposição «Facies Mortis: histórias de vida e rostos da morte» encontra-se «exaustivamente documentada, facto que a investe de grande importância museológica e interesse cultural».

No local é possível observar desenhos da época (quando ainda não era possível o recurso à fotografia), registo pormenorizado da circunstância e local do crime, recortes de jornais, objetos utilizados pela vítima, processos de autópsia, pedaços de peças de roupa e até cartas de despedida. 

Este evento celebra os 15 anos do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, organismo nacional que resultou da junção dos institutos de Coimbra, Lisboa e Porto.

Facebook Twitter