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15.FEV.17 - 14:03

A enzima que conquistou as padarias do mundo inteiro

A xilanase é uma enzima que provém de uma bactéria existente na Antártida e cujo uso na panificação fortalece a massa, tornando o pão mais macio. Este é o resultado de um estudo do investigador da UMinho, Tony Collins, após duas visitas ao continente gelado.

O investigador da Universidade do Minho, Tony Collins desenvolveu uma enzima de um organismo adaptado ao frio, utilizada na maioria das panificadoras e padarias no mundo inteiro. Fortalecendo a massa do pão, a enzima xilanase – que provém de uma bactéria, recolhida na Antártida - deixa-o maior e mais macio durante mais tempo.

Esta inovação resultou em duas patentes internacionais, transpostas num produto comercializado mundialmente pela empresa belga Puratos N.V. Tony Collins, investigador do Centro de Biologia Molecular e Ambiental da UMinho, revela que o produto é resultado de «um estudo completo, desde a recolha de amostras no Pólo Sul, passando pelo desenvolvimento em laboratório até à aplicação no fabrico de produtos que consumimos regularmente».

Desenvolvido no âmbito do projeto «EcoAgriFood», Tony Collins tem como meta identificar e examinar enzimas para o tratamento de subprodutos da indústria alimentar e transformá-los em produtos de valor acrescentado. O investigador tem ainda projetos comuns com as universidades de Liège (Bélgica) e Cork (Irlanda), estando a negociar parcerias com empresas nacionais do setor agroalimentar.

O cientista fez duas expedições à Antártida, focando-se nos seres que vivem em condições extremas (extremófilos), em especial os adaptados ao frio, e nos fundamentos e aplicabilidade das suas enzimas. 

«Os extremófilos são já um elemento central da indústria biotecnológica de milhares de milhões de euros, sendo usados por exemplo no fabrico de biocombustíveis, nos detergentes, na indústria alimentar, na preparação de têxteis e no tratamento de resíduos tóxicos», esclarece Tony Collins. O investigador crê ainda «que os estudos revelarão mais segredos sobre estes organismos e que a sua utilização na indústria irá crescer e expandir para outros campos».

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