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11.JUL.17 - 16:55

A arte e o “Engenius” de uma equipa da Universidade de Aveiro

Vêm das engenharias, da gestão, do design ou dos cursos de línguas, mas há um fator que os une: a Formula Student, a Fórmula 1 dos estudantes universitários.

O Canal Superior esteve à conversa com Helena Almeida (Team Manager) e Luís Santos (Project Leader) que, juntamente com o resto da equipa Engenius, representarão Portugal e a Universidade de Aveiro em Silverstone, Inglaterra, de 20 a 23 de julho. O veículo que levam a competição é 100% elétrico.  

Sempre tiveram interesse pelos desportos motorizados ou é a utilização de energia “limpa” que vos move?


O objetivo da equipa é o contínuo desenvolvimento de projetos complexos na área automóvel que vão para além daquilo que é proposto nos planos curriculares dos nossos cursos. Apesar disto, grande parte da equipa tem gosto por assistir às diferentes competições automóveis que existem e ter a possibilidade de participar numa, apesar de ser universitária, é algo que possibilita a experiência real.  

Como vos surgiu a ideia de participar nesta competição?


A competição existe desde 1998 na Europa. A partir de 2007, a equipa tem vindo a participar para apresentar o trabalho desenvolvido ao longo do ano aos jurados. Isto permite-nos validar e melhorar os nossos projetos e a forma como trabalhamos para posteriormente produzirmos protótipos com melhor performance, qualidade e segurança. Este ano, com uma nova estratégia de desenvolvimento modular, vamos participar novamente na classe de projeto, em Silverstone (Inglaterra), para validar este conceito e receber feedback por parte dos especialistas presentes e termos luz verde para a construção.  

Quais foram os maiores obstáculos?


Conciliar o trabalho com as responsabilidades académicas, ultrapassar questões técnicas que a equipa tem vindo a superar com a ajuda dos professores que nos apoiam, e o financiamento para toda a logística a que a competição obriga e para a construção dos nossos projetos.  

Quais são as vossas expetativas para Silverstone?


Esperamos obter boas pontuações nas 3 provas em que vamos participar. Vamos começar pela apresentação de um plano de negócios com o objetivo de convencer um grupo de jurados de que o veículo da Engenius é o melhor investimento. Posteriormente teremos as provas de custos e design que consistem em apresentar a estrutura e o funcionamento da equipa, a produção e o desenvolvimento do veículo, dos componentes utilizados, bem como as razões pelas quais foram escolhidos e outras caraterísticas do projeto. Com isto esperamos vir para Portugal com um bom feedback por parte dos jurados para podermos avançar na construção do carro.
Quem vai lá estar, para além de vocês?

Esta competição junta milhares de alunos de universidades de todo o mundo, especialistas da engenharia e competição automóvel, empresas e multinacionais que são patrocinadoras do evento. Para além disto, a competição é visitada por amantes do desporto automóvel e transmitida para todo o mundo através das redes sociais e meios de comunicação social.

Têm tido apoio dos vossos colegas da Universidade de Aveiro, bem como da instituição? De que forma é que ele se manifesta?


Os nossos colegas vêm com agrado os projetos que temos desenvolvido. Seguem as nossas publicações nas redes sociais para estarem a par do trabalho realizado. Paralelamente a isto, a Universidade de Aveiro tem vindo a ser a principal parceira do trabalho que temos desenvolvido disponibilizando espaços para trabalhar, apoio técnico com os professores dos diferentes departamentos,  divulgação do trabalho realizado e serviços como a maquinaria e outros. A par disto, contamos com a ajuda da AAUAv e de empresas que colaboram connosco.  

Você têm um outro projeto, um veículo a combustão? O que esperam conseguir?


Para além do projeto elétrico a equipa está a desenvolver um projeto a combustão, que está numa fase mais avançada. Iniciámos a produção no início deste ano e pretendemos chegar a 2018 com o veículo em movimento. O maior desafio que temos enfrentado é o financiamento. Este tipo de projetos tem um custo muito elevado, desde de componentes que são fabricados fora de Portugal até às matérias-primas para o desenvolvimento de peças. O que temos feito para avançar no projeto é estabelecer parcerias com empresas ligadas ao setor automóvel que conheçam o mercado e consigam assim encontrar os produtos que precisamos de forma mais fácil e com um custo menor. Com este projeto, a equipa pretende passar a competir noutras pistas na Europa como, por exemplo, a de Barcelona. Posto isto, com a estratégia de desenvolvimento de projetos modulares, pretendemos adaptar-nos ao contexto da competição e ir para a pista tanto com o projeto a combustão como com o projeto elétrico.

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