Um estudo da UC, sobre comportamentos de regulação emocional, chegou à conclusão que cerca de 20% dos adolescentes já tiveram atitudes de automutilação. A investigação envolveu 2.863 jovens de várias escolas do distrito de Coimbra.
O Centro de Investigação do Núcleo de Estudos e Intervenção Cognitivo-Comportamental (CINEICC) da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (FPCEUC) desenvolveu um estudo sobre comportamentos autolesivos. Os resultados demonstraram que cerca de 20% dos adolescentes já se autolesaram pelo menos uma vez ao longo da vida.
Esta investigação visou estudar a influência das experiências emocionais com os pais e o grupo de pares no desenvolvimento de processos adaptativos ou mal adaptativos de regulação emocional. O objetivo era detetar a vulnerabilidade e a manutenção dos comportamentos autolesivos na adolescência.
O estudo envolveu 2.863 adolescentes de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 12 e os 19 anos de idade e entre o 7.º e o 12.º ano de escolaridade. A ação envolveu várias escolas do distrito de Coimbra e foi realizada pela investigadora Ana Xavier, no âmbito do seu doutoramento, com orientação dos professores José Pinto Gouveia e Marina Cunha.
Os dados demonstram que os adolescentes do sexo feminino registam mais comportamentos autolesivos que os rapazes e que a faixa etária mais vulnerável se situa entre os 15 e os 16 anos de idade.
Os comportamentos autolesivos consistem em atos diretos e deliberados de destruição do tecido corporal do próprio, como, por exemplo, cortar-se, queimar-se, sem intenção de suicídio, mas com o objetivo de magoar e para regular as emoções difíceis e intensas.
Financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, o estudo concluiu «que os adolescentes que recordam sentimentos de ameaça, subordinação e desvalorização nas relações com a sua família tendem a apresentar sintomas depressivos, a ser mais autocríticos, a ter medo de sentimentos positivos e a manifestar comportamentos autolesivos».